O olho seco na criança: compreender e diagnosticar. Nem sempre um “tique”, é verdadeiramente um “tique”
O olho seco, embora associado sobretudo aos adultos, é também frequente nas crianças. No olho seco pediátrico, os olhos da criança podem não produzir lágrimas em quantidade ou de qualidade suficiente, levando a um desconforto significativo e impactante na qualidade de vida. Os sintomas nas crianças podem incluir o piscar frequente, o esfregar ou coçar dos olhos, vermelhidão e queixas de sensação de areia ou irritação nos olhos. Diferentemente dos adultos, as crianças na maioria das vezes não conseguirão articular o desconforto claramente, levando a um diagnóstico e tratamento tardios.
As causas do olho seco em crianças podem, como nos adultos, incluir fatores ambientais como a exposição ao fumo ou ao vento, tempo prolongado em frente aos ecrãs e monitores, certos medicamentos e condições de saúde subjacentes. No entanto, as alergias e sobretudo as patologias palpebrais como a blefarite são as principais e mais comuns etiologias nas crianças.
O diagnóstico na criança envolve um exame ocular cuidadoso e atento, dirigido aos seus sinais e sintomas e aos hábitos de vida. O tratamento pode incluir não apenas o uso de lágrimas artificiais, a gestão de fatores ambientais e de qualquer problema de saúde subjacente, mas também o uso crónico de anti-inflamatórios com necessidade de monitorização regular. É crucial incentivar e garantir a higiene ocular adequada, que sendo desafiante é para a criança apenas uma questão de entrar na sua rotina diária.
As estratégias de prevenção envolvem reduzir a exposição a ambientes secos, garantir hidratação adequada e incentivar pausas regulares do uso de monitores, para manter a saúde ocular.
O Dr. Paulo Freitas da Costa foi o convidado do programa consultório do Porto Canal onde teve oportunidade de esclarecer algumas dúvidas sobre este tema!






