A COVID-19 e a Oftalmologia
Os Coronavírus são uma família de vírus que podem causar doença no ser humano. A infeção pode ser semelhante a uma gripe comum ou apresentar-se como doença mais grave, como a pneumonia. O novo tipo que enfrentamos atualmente como parte desta pandemia é chamado de SARS-CoV-2, um vírus de RNA, que causa a COVID-19 – doença pulmonar que cursa desde formas leves a formas mais graves e potencialmente fatais. As pessoas expostas podem apresentar sintomas entre o 2º e o 14º dias após a exposição, sendo que os mais frequentes incluem febre, tosse e falta de ar.
Como pode o SARS-CoV-2 afetar os olhos?
A primeira coisa a saber é que o coronavírus se pode propagar através dos olhos, bem como pela boca ou pelo nariz. Quando alguém infetado tosse, espirra ou fala, partículas de vírus podem ser pulverizadas da boca ou nariz para o rosto de outra pessoa – a maior probabilidade é que essas gotículas minúsculas sejam aspiradas pela boca ou pelo nariz do interlocutor, mas podem também entrar e infetar a pessoa através dos olhos. Por outro lado, a porta de entrada via ocular e consequente infecção pode acontecer tocando nos olhos depois de mexer em superfícies contaminadas.
Paralelamente o olho pode ser um orgão alvo da doença COVID-19, apresentando sinais ou sintomas que podem surgir de forma isolada ou associada aos já descritos e conhecidos da maior parte da população. A literatura internacional disponível à data sugere que o vírus pode causar uma conjuntivite folicular leve, indistinguível de outras de causa vírica, e possivelmente ser transmitido pelo contato directo ou de aerossol a partir da conjuntiva. Como tal doentes que se apresentam aos oftalmologistas por quadro de olho vermelho associado a febre e sintomas respiratórios, incluindo tosse e falta de ar, bem como gastrointestinais como diarreia, ou têm familiares ou contactos próximos com COVID-19, podem estar infectados com o SARS-CoV-2.
Para a saúde e a segurança de todos, os oftalmologistas e médicos de outras especialidades reduziram dentro do razoável o atendimento presencial e programado de doentes durante a pandemia, exceto para atendimento de urgência ou emergência. Esta medida é importante uma vez que o contato limitado entre médicos e doentes é essencial para ajudar a reduzir a propagação do vírus, pelo que a sua consulta de rotina será reagendada. Quaisquer cirurgias oculares e procedimentos que não sejam urgentes serão igualmente protelados.
É crucial porém percebermos que toda a patologia intrínseca a cada especialidade médica se mantém e não está suspensa! Pelo que a nossa atitude enquanto doentes deverá ser de alerta para novos sintomas, isto é, não devemos deixar de procurar auxílio médico em determinadas circunstâncias remetendo-nos à simples expectativa de que “pode ser que passe”.
Em casos de…
- Perda ou alteração aguda da capacidade de visão
- Visão dupla
- Dor ocular grave
- Trauma ocular
… a observação será necessária e como tal deverá entrar em contacto com o seu oftalmologista!
Muitas dúvidas e patologias de menor gravidade poderão ser geridas em regime de tele-consulta. Assim sendo e como a gravidade de determinado sintoma não é fácil de ser julgada existem actualmente canais de comunicação ao dispor da população:
A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) disponibiliza consultas não presenciais gratuitas a doentes de oftalmologia, através da COESO – Consultórios de Especialidade. Para aceder pode contactar através da linha de apoio 800 300 350.
No nosso caso em particular, o Dr. Paulo Freitas da Costa está disponível para ajudar os doentes dentro dos limites óbvios da consulta não presencial. O objetivo é responder a questões, dar conselhos e orientações terapêuticas, bem como triar os casos urgentes cuja orientação passará pela ida a uma verdadeira consulta presencial. Poderá contactar através do endereço oftalmologia@paulofreitascosta.pt